Na capital paulista a alta foi em média de 20%, enquanto no Rio o aumento em alguns bairros foi de quase sete vezes.
A velha lei da oferta e da procura... Esta frase nunca esteve tão em alta para o mercado de imóveis usados nas duas maiores cidades do país.
O condomínio é simples. Predinhos de três andares, sem elevador e apartamentos compactos: três quartos em 80 metros quadrados. No início do ano, o valor do aluguel seria em torno de R$ 500 reais. Agora, o dono pede mais.
"Agora são R$ 600. Dá até pra chorar, mas difícil é o dono aceitar", diz Vinícius Sena, corretor de imóveis.
Um apartamento na Ilha do Governador, bairro de classe média, distante do centro da cidade, os aluguéis aumentaram em média 42%. Em Ipanema, mais ainda: um quatro quartos no bairro teve alta de 158% de janeiro a outubro.
Na capital paulista, os aluguéis subiram de 10 a 20% em um ano, segundo consultores do mercado imobiliário. Num apartamento de três quatros, 75 metros quadrados, num prédio antigo da Vila Clementino, bairro de classe média na zona sul da cidade.
O dono do apartamento acaba fechar o negócio. O novo inquilino vai pagar R$ 1.100 de aluguel
“O apartamento entra no mercado e fica em média menos de 30 dias, dependendo da região sai bem rápido”, diz Isabel Canovas, corretora de imóveis.
“Eu acho que acabou tendo uma procura pelos aluguéis por dois motivos: uma é boom imobiliário, algumas pessoas foram buscar o aluguel enquanto não entregam o seu imóvel novo, porque elas venderam onde estavam para dar de entrada. Outra é a própria crise que passamos recentemente, que fez com que algumas pessoas que fossem comprar, adquirir, resolveram fazer um novo contrato de locação e não quiserem entrar num financiamento por causa da crise”, explica Eduardo Zangari, Associação de Administração de Bens, Imóveis e Condomínio – SP.
Segundo Eduardo Zangari, donos de apartamentos de um e dois quartos também não ficam com apartamento vazio por muito tempo. "A gente tem fila. São pessoas que vão alugar, que estão sendo transferidas, ou estudantes vieram de fora pra estudar em São Paulo ou até que estão saindo de casa", declara.
E quem quiser comprar um imóvel no Rio de Janeiro tem que se preparar para gastar muito mais do que no início do ano. Num apartamento de três quartos, a diferença é de R$ 300 mil.
Depois da reforma, um apartamento de 120 metros quadrados vão custar um milhão e 100 mil reais. Na zona sul, região nobre do Rio, os preços chegaram a subir 55%.
Em São Paulo também teve aumento. A valorização foi de 25% na média, mas em bairros nobres e onde há falta de espaço, o aumento foi ainda maior.
Um apartamento de alto padrão, quatro quatros, 220 metros quadrados, no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo está à venda por R$ 950 mil.
“Seguramente eu já recebi mais de 50 pessoas”, declara Thereza Christina Negrisollo, dona do apartamento.
Segundo os consultores, o número de pessoas interessadas em comprar imóveis usados aumentou porque a concessão de crédito ficou mais fácil, o limite do valor do imóvel para uso do fundo de garantia passou de 350 mil para 500 mil reais e os prazos de financiamento ficaram mais longos.
No Rio, o mercado já sente também os efeitos das olimpíadas de 2016. “As pessoas entendem que com as Olimpíadas e com a Copa vão ocorrer mais investimentos na cidade e que isso também atrai o mercado de imóveis”, diz Leonardo Schneider, Sindicato de Empresas de Compra e Venda de Imóveis – RJ.
Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,16022-p-15122009,00.html
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