sábado, 12 de dezembro de 2009

Xanana anuncia Conferência do "G7 dos países frágeis"

O primeiro-ministro de Timor-Leste anunciou, hoje, que está a ser preparada a "Conferência do G7 dos países débeis" para trocar experiências com vista ao desenvolvimento sustentável, que terá lugar em Abril do próximo ano na capital timorense.

O anúncio foi feito durante a intervenção de Xanana Gusmão no Fórum para a Democracia, que decorre em Bali, Indonésia, e que reúne representantes de 29 países, incluindo o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, e o sultão do Brunei, Hassanal Bolkiah.

"Timor-Leste ofereceu-se para ser um dos países do G7 dos Estados frágeis, juntamente com o Afeganistão, a República Centro-Africana, a República Democrática de Congo, Serra Leoa, Haiti e Costa do Marfim", afirmou o chefe do Governo timorense.

"Todos nós vamos trabalhar para nos apoiarmos reciprocamente e aprendermos com as experiências de cada um, porque todos nós estamos empenhados em transformar as nossas fragilidades em progresso sustentável e desenvolvimento", disse.

"Timor-Leste assume a sua responsabilidade como país que está atravessando agora um período de estabilidade e crescimento económico, o que constitui uma esperança e um exemplo para este grupo importante de nações. Como parte desse processo, os Estados frágeis são convidados a participar em Abril de 2010, em Díli, na reunião do grupo de sete Estados frágeis, o nosso G7", acrescentou o primeiro-ministro.


Democracia não é tarefa frágil.


Xanana Gusmão chamou ainda a atenção de que "a realização de uma democracia próspera não é uma tarefa fácil nos países pobres".
"Para uma família que tem fome, que vive em condições precárias e sem acesso a cuidados médicos de qualidade, democracia pode ser um conceito que é abstracto e académico. Assim, só pelo crescimento económico e pela redução de pobreza é que nós podemos alcançar a consolidação democrática", declarou.


O primeiro-ministro timorense realçou ser necessário que a comunidade internacional reconheça e respeite as circunstâncias de cada nação na sua prossecução de ideais democráticos.
"Não há nenhum atalho na estrada para democracia e desenvolvimento. Pode ser uma estrada longa e difícil para chegar ao estado onde valores democráticos são compreendidos e abraçados por todos", reforçou.


O chefe do Governo timorense reconheceu que "Timor-Leste, junto com vários outros países, tem vários factores geográficos, culturais, históricos, étnicos e institucionais que o colocam na categoria de Estados frágeis".
"Nós sabemos que as características comuns de Estados frágeis são recentes ou ocultas situações de conflito e pobreza difundida. Em Timor-Leste estamos a esforçar-nos, com um verdadeiro espírito de cooperação entre as nossas instituições, para resolver os problemas difíceis típicos de nações jovens: injustiça social e insegurança, má administração e corrupção, entre outros", referiu.

Ao abordar a situação na Ásia, Xanana Gusmão elogiou o presidente da Indonésia, Susilo Bambang, pelo "exemplo de compromisso com a consolidação de uma região mais democrática e desenvolvida".

www.sic.pt, 11 de Dezembro de 2009

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