segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eis que chega finalmente o senhor Rock!

O Rock in Rio Lisboa despediu-se ontem à noite no Parque da Belavista. O fstival foi mais uma vez um êxito em termos de adesão de público de todas as idades.


Os Motöhead, enorme instituição da cena rock com inspiração mais heavy, andam nisto há 35 anos e não precisam de provar o que quer que seja. Ontem, domingo, deram provavelmente a melhor lição de rock'n'roll de todos estes cinco dias de Rock in Rio.


Já depois do fecho desta edição, actuaram os Rammstein, última banda da noite. Antes, porém, passaram pelo Palco Mundo os Megadeth, comandados pelo guitarrista e vocalista Dave Mustaine, que tocaram temas do último álbum, "Endgame", para além dos seus velhos êxitos.

Por sua vez, os Motorhead, liderados pelo enorme Lemmy Kilmister, despejaram peças como "Iron Fist" (a abrir) ou, mais à frente, um dos grandes clássicos da história do rock - "Ace of spades" - antes da despedida em grande com "Overkill". Foi um dos momentos altos do dia de ontem dedicado ao rock mais hard. .

Dir-se-á, aliás, que foi um dia de real contraste com o dia anterior. Na véspera fora a jornada da pequenada, das famílias, cenário brando movido a água mineral. Mas no sol seguinte, o recinto foi invadido pela trupe do rock mais pesado, malta cabeluda vestida de negro, elas de saltos altos, botas pelo joelho, meias de renda e calções justos às nádegas, eles de t-shirt negra com caveiras ou imagens de mosteiros abraçados a serpentes ou de tronco nu a exibir as banhas transpiradas. Puro rock'n'roll.

Gritavam impacientes a meio da tarde, lançando impropérios que questionavam a dignidade das progenitoras dos agentes da autoridade. Perante o atraso de 90 minutos na abertura de portas, alguns permaneciam sentados no chão a beber garrafas de tintol martelado; mas outros, muitos mais, davam mostras de nervosismo. A plebe estava ansiosa e de cada vez que passava um posto de controlo, desatava a correr desenfreadamente como se tivesse medo que a Quinta da Bela Vista, num ápice, ganhasse pernas e desatasse a fugir até ao Rio de Janeiro.

Uma vez lá dentro, foi assistir ao povo metaleiro a passear pelo recinto - um grupo até transportava uma boneca insuflável, desconhece-se para que fins - e a distribuir--se pelos stands de brindes. Num ou outro stand até podiam pegar em instrumentos e mostrar o que valiam - e se havia cromos em abundância, não menos verdade será dizer que se viram propostas bem mais interessantes do que aquelas que passaram pelos palcos nos últimos dias. Os Fingertips , por exemplo, foram os primeiros ontem a tocar mas mostraram laborar música abaixo de cão. Mas foi tortura de pouca dura; pouco depois, os More Than A Thousand subiram ao mesmo palco para mostrar como se faz rock à séria, tendo até Rui Veloso como convidado.

Todavia, foi no palco principal - onde pontificava um sujeito com uma t-shirt onde se lia "Sex, Drugs & Sardinha Assada" - que o conceito (seja ele qual for) de "festival de rock" começou a fazer sentido: os Soulfly entraram em palco e foi uma delícia vislumbrar copos de cerveja pelo ar, objectos lançados ao céu, corpos erguidos no espaço a procurar nadar num oceano de cabeças. Às tantas, no meio da assistência, o público abria clareiras enquanto trocavam mimos como socos e pontapés - faz parte da festa, aquilo é mesmo assim - perante o olhar de preocupação de um grupo de seguranças da Prosegur, ao lado do JN, que parecia não saber bem como reagir. E o melhor foi mesmo não reagir - e deixar a tribo ao estouro entre ela - a festa é isso.

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1582469

Comentário: Ora isto sim, é uma notícia! É sempre bom saber que ainda há música a sério num festival que tem Rock no nome, e os Motörhead são do melhor que há no que toca a Heavy Metal. No entanto, ainda houve espaço para decepções, e os Megadeth foram uma delas. Pelo que me constou, o senhor Dave Mustaine cantou como uma menina, e isso é inadmissível para um artista daquele tipo!
É também de referir que o senhor Cristiano Pereira - o autor desta notícia - escreve com um vocabulário muito variado e de uma forma ligeiramente cómica.

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